segunda-feira, 13 de abril de 2015

"Solilóquio"



Vida do “solilóquio”
Perdida no desassossego
Da partilha forçada
Que pressupõe uma troca.
Quais as questões a colocar
Para o mundo acalentar
O sentir sem pensar
O pensar a sentir?
Porque vivo eu?
Porque penso eu?
Não há fim conclusivo
Neste local estivo!
Liberto o afecto
Desejável e concrecto
Do ser! Quem sou?
Onde vais? Onde vou?
A lado algum.
Ando sem destino
Perdido, sou nenhum
Vagabundo genuíno.
Lugar não encontrado
Sem posse, sem nada.
Existência do esperado
Sem razão, sem verdade.
Moribundo o profundo
Na catástrofe do ser
A alma deambula
No instante do nascer.
Na guerra vagueio
Enquanto nada planeio
A paz procuro
Neste seio obscuro
Não quero pensar,
Quero apenas cheirar o mar,
Ver o silêncio da onda,
Escutar o espírito que encontra!

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