sábado, 22 de novembro de 2014

Som do Olhar...


Na ponta da navalha reparo no sangue derramado após os hediondos momentos da nossa mente vazia. È tudo tão estranho!
O quê que realmente estamos cá a fazer? Estamos cá apenas por estar? Estamos cá para sermos vazios de pensamento?
Ludibriados pelo o que não se têm, evitamos a partilha natural do ópio filosófico!
Enclave ancestral do translúcido ser ávido condoido no granjear confluente, impávido contemplo a vida tal e qual como ela é! É uma vida vivida que vive enquanto quer viver. Flui na descoberta das montanhas rugosas, é o brotar de tudo que nos rodeia, é a epopeia cuja narração é pintada pelo som do olhar.

O ser não desgruda!


Na perene espera
Pelo sentir intenso
Revelo a perola
Do fluir pretenso!

Na calma e escura noite
Percorro as tuas costas
Com a louca sabedoria
Do toque arrepiante e constante!
Os meus lábios ganham vida
Enquanto inalo o odor do teu ardor.

O corpo é possuído pelo anelo veemente
Da adjecção confluente dos nossos poros,
Que efluem o delírio desvairado
Da redoma abrangente dos nossos seres!

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Jasmim


A vida paira sobre o solo que pisamos, envolvido pela pluralidade existente no escoar do pensamento. Os olhos estupefactos avistam o sentir em  cada momento que vivo, a retina vagueia na essencia de cada um de nós vislumbrando todo o infimo pormenor. O respirar ofegante desnuda a pureza da  natureza que me permite efluir melancolicamente todos os dias a suave intensidade do hodierno nanosegundo!
A ponta dos dedos delineia o trilho a percorrer no preciso instante que vivo. Tudo é vivido no instante, não existe outra forma de se viver uma vez que tudo se sente nesse mesmo átimo. Por mais que pense ou imagine ou recorde é impossivel desgrudar-me do momento. Porquê que é assim? Qual o porquê do porquê de ser assim? O que é ser assim? Porquê que existe o porquê?
È assim porque não quero que seja efémero, o porquê do porquê de ser assim perpetua o momento, ser assim é ser coerente com o todo que sou, o porquê existe porque sem o porquê não existiria o porque, não existiria o novo!
Vagabundo livre dos dogmas impostos pela especie humana, não pertence a nada nem a ningúem! Perenemente inflamado pelo ardor do apego entusiasta que tenho ao viver rejubilo quando sinto o “puro” em alguém! È o odor a Jasmim!