terça-feira, 21 de julho de 2015

Volúpia



Sinto em ti o tu
O tu que tu és
No instante em que o és!

O teu rosto estendido
Desata o tenro olhar
Nas minhas mãos que te ampararão.
Como se a noite depusesse
A alma, num cinzeiro lírico do amor.
Cinzas serenamente agasalhadas
Pelo teu jeito sem jeito
Aclamado o teu sorriso
Que incendeia o meu centro
Por fora e por dentro…chama latente.

Um segundo contigo é perene
Um segundo contigo é vida vivida
Um segundo contigo é a nascente
Um segundo contigo… suspiro
Suspiro… suspiro…

segunda-feira, 4 de maio de 2015

A alma que acalma

Palavras, porque te escrevo
Sorriso nos teus lábios, vejo
Imensidão de amor
A tua pessoa almejo

Avistei o horizonte
Do preâmbulo gáudio
No arrepio, solene o momento
O inalar da vida enfrento.

O que é isto?
Que outrora nunca antes vislumbrado
Que outrora nunca antes tinha beijado

Luto para permanecer calmo...

Digo-te algo ao ouvido
Tu ouves... não penses
Apenas ouve... proibido

Ponderas tu?  Cedo?
Talvez, não sei

Não tive como não,
No teu rosto a minha mão
Passeia sem fim
Sedosa pele…
Turbilhão, turbilhão
Palpito de êxtase,
Estou sem saber o que fazer.

Harmonioso o cerrar do teu olhar
Levita ao beijar
O doce do teu ser
Que nada e tudo me faz entender
Na confusão calma… o envolver.

Não penso no que penso,
A teus braços pertenço
Agora e no agora seguinte
Nunca e no nunca seguinte

É tudo lento, perco a noção do tempo
O momento é o meu aposento
A tua face, o meu alento
O teu ombro ao relento
O teu pescoço em mim acorrento
O teu cheiro… desoriento

Sem fôlego fiquei
Olhaste-me nos olhos reflectidos
Viste que a pureza da candura emanei

segunda-feira, 13 de abril de 2015

"Solilóquio"



Vida do “solilóquio”
Perdida no desassossego
Da partilha forçada
Que pressupõe uma troca.
Quais as questões a colocar
Para o mundo acalentar
O sentir sem pensar
O pensar a sentir?
Porque vivo eu?
Porque penso eu?
Não há fim conclusivo
Neste local estivo!
Liberto o afecto
Desejável e concrecto
Do ser! Quem sou?
Onde vais? Onde vou?
A lado algum.
Ando sem destino
Perdido, sou nenhum
Vagabundo genuíno.
Lugar não encontrado
Sem posse, sem nada.
Existência do esperado
Sem razão, sem verdade.
Moribundo o profundo
Na catástrofe do ser
A alma deambula
No instante do nascer.
Na guerra vagueio
Enquanto nada planeio
A paz procuro
Neste seio obscuro
Não quero pensar,
Quero apenas cheirar o mar,
Ver o silêncio da onda,
Escutar o espírito que encontra!

terça-feira, 7 de abril de 2015

Quem és tu?

Como defino o indefinido?
Indefinido pressupõe definição!
Definição que não é definida
Tudo acrescenta.

Quem és tu?
Que eterniza o momento
Na solidão de pensamento
Figuras na periferidade
Do centro que não existe
Não é efemeridade
É molécula vivida que persiste.
Sequência de palavras presunçosas
Tendem a aclarar a desordem
Da forma em prol do conteúdo
Dos poros que nos escorrem.

Ofegante respiro o inspirar
Do teu ser que nas minhas mãos agarro!
Nada explico, tudo sinto.
Olhar nos teus olhos
Desfalecidos de volúpia
Mergulho no envolvido
Pele Tua, pele nua,
corpo teu, corpo meu!
À tona subo... depressa vou ao fundo!
Não quero sair da essência,
é a minha penitência.
A calma emanou
no segundo em que te senti!
Ela, puramente profana
no deleito contempla
a alma do dever
da rendição ao viver!

sábado, 20 de dezembro de 2014

Aluado


Olhar meigo aluado
faz de conta que não vê
o homem fascinado
que pergunta o porquê?
O porquê de te desejar
a cada segundo que vivo.
O porquê da minha alma bafejar
o teu ser que cativo.

As tuas pequenas mãos
que anseio entrelaçar
emanam a pureza
de que és tu de certeza
com quem quero partilhar.

Não te procurei,
tu apareceste vinda,
do sonho não sonhado
do imaginar não imaginado.

Inquieto planeio,
mentalmente gorjeio
a melodia não antes melodiosa.

Lépido e intrépido foragido
na selva do toque,
passeio no pensamento,
no justo momento
que a vida fomento
o caos acalento.

Não procuro, não encontro
não observo, não analiso
olho... capto o assombro
do teu ser que interiorizo.

O teu rosto é pintado à mão
sem dar uma demão,
o retoque já foi feito
no surgir do toque escorreito.

Absorvo o aroma da tua candura
de tamanha inconsciência.
Conscientemente inconsciente
que transcede a ambivalência.
  
Continuo a caminhada
onde travo a batalha
iilimitada no tempo,
tu... a labareda espalha.

Extasiado exacerbo  o que sinto,
porque o que sinto é um exacerbação
de qualquer palavra que te possa dizer.

Fui! Fui! Fui!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

...!!!


As palavras desmanteladas
fazem as memórias deturpadas
da vida taciturna do ser sem ti!

Limito-me à redoma enfadonha
de ser quem sou!
Os versos escritos
que a mente apagou
revivem o viver
que outrora o pensamento
recusou esquecer.

Libertina a recordação
escapasse da minha mão.
Enquanto vou e venho,
a respiração sustenho,
é o momento em que o teu corpo desenho! 

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

O caminho Lúcido!!


O literático apático
do fanático sarcástico
do incrivelmente prático!!!
Visível a mente paisagística
que instiga o ser.
Deambulante flutuante
é o amanhecer pensante.

Trilho lúcido condoído
num foro não putativo.
Segue esse caminho foragido
á procura do imensurável,
dissociável do afável
visor vidrado inabdicável.

Não tomes a sofisma como coerência,
isso é um acto de indolência.
Apenas sê a tua própria referência
na brancura oxigenável  inapagável.

Será a criatura possuída pela candura
que enaltece o ritual praticado?
Ritual esse fascinado e embrenhado
pela  pessoa pura, tal qual a nomenclatura
do ser um todo com desafogo do não demagogo.

Vida desarrazoada, vitima da ideia da razão
manipulada pela multidão
ao ir de encontro ao suposto cerne da questão!
Voltada a amada realidade do surreal,
como é possível comparar a aparência
com vivência?